segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Encontro de Jornalismo

Coordenador do curso, Ismar Madeira, abre a palestra.
No último dia 23 de agosto foi realizado o Encontro de Jornalismo da Universidade FUMEC. Organizado pelo coordenador do curso, o jornalista Ismar Madeira, o tema do Encontro foi bastante atual e importante: a Convergência Digital. Quem deu o tom da conversa foi a palestrante da vez, Cíntia Paes, ex-aluna da FUMEC e hoje coordenadora da página do G1 de Minas Gerais.

Cíntia Paes, coordenadora do G1 - MG
Cíntia abriu sua fala e já desvendou uma das grandes dúvidas de quem faz - ou quer fazer - hard news na internet: o imediatismo versus a apuração. "Se a notícia não está confirmada, deixe a concorrência dar antes", afirmou. No dia-a-dia das redações online, é comum serem publicadas notas bastante reduzidas, sem informação alguma, apenas para comunicar o ocorrido mas sem correr o risco de cometer uma barrigada (ou "barriga" - nomenclatura do jornalismo para definir notícias e informações falsas). Uma vez apuradas de fato, as informações podem ser acrescentadas na nota ou pode-se criar uma nova postagem no site. Ou seja, a facilidade de atualização que o suporte dá, faz com que seja possível a apuração de uma notícia sem perder o furo do factual.

Convergência Digital
"A comunicação é beta". Cíntia fala da experiência do usuário.
"Não importa onde ele [o público] vai consumir a informação, desde que tenha informação de qualidade", foi nessa tecla que Cíntia insistiu durante toda a palestra: o público. A convergência digital é, de forma simplificada, o poder de escolha. Eu, como público, quero receber informação na hora que eu quiser e na plataforma que eu preferir. Dito isso, o grande segredo para o sucesso na era da convergência é ouvir e obedecer o consumidor, atingindo o público da forma como ele quiser. É dar opções. Muitas.

Para isso ser possível, é necessário que a marca/empresa conheça muito bem o seu público para atender a demanda de forma eficiente. "A comunicação tradicional deixa de fazer sentido", disse Cíntia (não se referindo ao jornal impresso ainda). Deixa de fazer sentido porque agora o conteúdo tem que estar o tempo todo no ar, atualizado, ágil, acessível. O usuário/leitor/consumidor é quem dita a recepção e, como resultado disso, interfere na emissão também.

Ao ser perguntada por um professor sobre quais qualidades ela procura em uma pessoa para integrar a sua equipe, Cíntia não titubeou. "A formação humana é que determina a qualidade do trabalho e não a técnica", explicou. A técnica é aprendida no dia-a-dia, mas estar por dentro da informação - ter conhecimento e poder de análise - é o diferencial. Ou seja, há que saber tudo, olhar e ver, escutar e ouvir, entender, observar, participar.
Professores e alunos compõem a platéia da sala 309.

Sobre o nosso ponto sensível - de muitos, pelo menos - o impresso, Cíntia acha que ele vai morrer sim, mas apenas por questões ambientais. Mas insiste que o jornal não vai morrer. "A plataforma muda, mas o tipo de jornalismo não vai acabar", isto é, o aprofundamento, a apuração bem feita e o cuidado com o texto vão permanecer, só que não numa superfície de papel.

Ao abrir o microfone para perguntas, poucas surgiram - e quase todas partiram de professores. Uma platéia já esvaziada e tão apática, quanto desinformada ilustrou com veemência o cenário angustiante dos cursos de jornalismo após a queda do nosso diploma - ou era o público que não estava satisfeito com a plataforma?

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