domingo, 16 de outubro de 2011

Censura X Campanhas publicitárias

Estamos em pleno século XXI e a palavra censura continua fazendo parte do nosso cotidiano e o ato de controlar e impedir a liberdade de expressão, muitas vezes praticados por grupos de poder é cada vez mais rotineiro. Mas até que ponto a sociedade pode ser impedida de ter acesso à informação?
Hoje é possível ver com clareza a censura presente em ações publicitárias como, por exemplo, propagandas televisivas que são vetadas por serem julgadas como ofensivas, ou mesmo pela possibilidade da transmissão de imagens ilícitas.
A questão da barreira moral no Brasil ainda não é bem definida para todos os veículos de comunicação. Na grade de programação das mais diversas emissoras de televisão, ainda nos deparamos com imagens de sexo, nudez, pessoas ensanguentadas, desrrespeito moral e atitudes antiéticas, além da desmedida demonstração de desigualdade social e até mesmo programas especializadas nestes temas.
De fato existem propagandas desnecessárias, que não podem e nem devem ser colocadas no ar, mas a iniciativa de banir uma manifestação somente se justifica se na mesma tenha sido identificado um conteúdo que irá ferir a moral de quem assiste, o que muitas vezes não acontece. E quando nos damos conta a propaganda já deixou de ser veiculada há muito tempo.
Existem os dois lados da moeda, o lado da sociedade e a capacidade da mesma de criar seu próprio juizo de valor e não deixar que os outros decidam por ela, e o lado do governo de vetar e peineirar imagens consideradas ilícitas da televisão brasileira, que de alguma forma possa ferir a imagem do governo.
Só este ano, podemos citar duas propagandas que teve seu conteúdo criticado: A campanha de lingerie da empresa Hope, estrelada pela modelo brasileira Gisele Bündchen e intitulada “Hope ensina”, onde a top model diz ao marido que bateu seu carro, primeiramente de roupa, e em um segundo momento usando somente peças intímas da marca, exemplificando os diferentes impactos que a notícia cousou no homem em ambas as situações.
A segunda campanha publicitária é a da marca Nissan com “Pôneis Malditos”, utilizados para caracterizar a pequena potência dos carros de outras marcas. Em ambas o CONAR – Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária caracterizou as propagandas como abusivas e desrrespeitosas.
Segundo o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, nenhum tipo de publicidade pode conter imagens e nem fazer referência a ideais que ferem a honestidade, respeitabilidade e direitos do brasileiro.
As opiniões quanto a essa postura de veto à nossa publicidade, ainda são muito incertas. Existem aqueles que são a favor da retirada de tais propagandas do ar, por serem abusivas e de alguma maneira fazer referências inadequadas. Outros acreditam na idéia de que o brasileiro é capaz de decidir por si só, e distinguir se a campanha é apropriada ou não, ou mesmo se ele vai consumir o serviço ou produto que a propaganda oferece.
Enfim, o que se pode dizer é que essa situação sempre terá dois pontos de vista e a discussão sobre o assunto é muito maior do que foi ponderado aqui, o que fica é aquela velha pergunta: Se o leitor, telespectador e o internauta pode se servir a vontade de imagens ilícitas durante os telejornais e novelas, ou mesmo consumir um conteúdo totalmente inadequado em jornais e revistas impressas e online, qual é o sentido de vetar algumas poucas propagandas? Será que essa atitude realmente vai gerar resultados?

Nenhum comentário:

Postar um comentário