Pode parecer brincadeira, mas uma marchinha do carnaval
mineiro foi censurada este ano. Tudo porque a letra se tratava de uma crítica
ao vereador Leo Burguês e sua mania de
pagar fortunas pela dúzia de coxinhas (quem não lembra do episódio? http://migre.me/8LrfN).
Durante o carnaval, o advogado do político entrou em contato
com Flávio Henrique, autor da marchinha, e “propôs”
que ele retirasse a música da web pois ela causava dano moral ao vereador. O
autor, temendo a represália, cuidou logo de tirar o seu da reta e apagou a
musica da internet.
Confira a letra:
Não sei se é ladrão,
Pervertido ou pederasta
Tem gente metendo a mão
Na coxinha da madastra (bis)
Milhares de reais por mês
Pro lanchindo do burguês.
O nosso dinheiro ele gasta
Na cozinha da madrasta
Tira a mão, tira a mão
É hora de dar um basta
A grana da população foi parar na cozinha da madrasta
Agora BH já tem Édipo e Jocasta
Burguês pôs o seu cigarrete na coxinha da madrasta
Milhares de reais por mês pro lanchinho do burguês.
O nosso dinheiro ele gasta na cozinha da madrasta
Tira a mão tira a mão
É a hora de dar um basta
A grana da população foi parar na cozinha da madrasta.
Pervertido ou pederasta
Tem gente metendo a mão
Na coxinha da madastra (bis)
Milhares de reais por mês
Pro lanchindo do burguês.
O nosso dinheiro ele gasta
Na cozinha da madrasta
Tira a mão, tira a mão
É hora de dar um basta
A grana da população foi parar na cozinha da madrasta
Agora BH já tem Édipo e Jocasta
Burguês pôs o seu cigarrete na coxinha da madrasta
Milhares de reais por mês pro lanchinho do burguês.
O nosso dinheiro ele gasta na cozinha da madrasta
Tira a mão tira a mão
É a hora de dar um basta
A grana da população foi parar na cozinha da madrasta.
As discussões na maioria das vezes ficam concentradas na
proibição da censura imposta pela Constituição de 1988, o que é válido, mas no
caso foi a tentativa de barrar a liberdade de expressão que suscitou grande
repercussão da sátira. Flávio Henrique postou na sua página do facebook qual
era o motivo da remoção da música da web. Os internautas ficaram indignados com
o vereador e abusaram das redes sociais para divulgar a letra da marchinha.
Leo Burguês descobriu da pior maneira que uma verdade
contada em refrão chiclete + repressão política é igual a incansáveis compartilhamentos!
Receita do sucesso da crítica! Os políticos ainda não tomaram consciência que a
censura só tinha êxito enquanto a internet não era disseminada. Um mérito para
os internautas, que provaram mais uma vez que unidos a arbitrariedade política,
é sim, censurada.
Por Ana Clara Maciel de Faria
Ana Clara,
ResponderExcluirVários autores que escreveram sobre a liberdade de expressão descrevem, entre suas críticas, o fato de a censura ser também inócua, já que mesmo proibida, as ideias circulam. Se não circulam livremente, circulam secretamente. Concorda?