sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Organizações Globo e seus princípios editoriais

Referente à postagem presente no link: http://etica8g.blogspot.com/2011/10/sugestao-de-leitura.html


Ao saber da publicação dos princípios editorias das Organizações Globo eu já esperava um texto que fosse “maquiado” com princípios de imparcialidade e ética, e não estava errado; o documento, muito bem escrito por sinal, prega entre coisas que a Globo sempre será “independente, apartidária, laica”.
Contudo isso não é o que vemos no histórico da Globo, e que tristemente se repete agora, como mostra o artigo do Observatório da Imprensa. Um dos princípios da Globo é o seguinte; “Tudo aquilo que for de interesse público, tudo aquilo que for notícia, deve ser publicado, analisado, discutido”. Obviamente o Pan é um prato cheio para o público que se interessa por esportes. 
Ressaltamos que embora um evento esportivo dessa magnitude seja de interesse da audiência, existem outros valores promulgados pelos “Princípios Globo” que entram em choque com comportamentos adotados pela organização no passado recente.
É importante lembrar um desses episódios, destacado pelo professor de Ciência Política e Comunicação da UnB, Venício Lima, no qual foi publicado, no jornal “O Globo” no Box de opinião, o seguinte comentário; 
“Não se pode acusar o PT de incoerência: se o partido protege mensaleiros, também acolhe sanguessugas. Sempre com o argumento maroto de que é preciso esperar o julgamento final. Maroto porque o julgamento político e ético não se confunde com o veredicto da Justiça. (...) Na verdade, a esperança do PT, e de outros partidos com postura idêntica, é que mensaleiros e sanguessugas sejam salvos pela lerdeza corporativista do Congresso e por chicanas jurídicas. Simples assim.” (12/08/2006, Caderno A pp.3/4)
Venício Lima explica que o princípio de “presunção de inocência” previsto no Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, artigo 9° não foi respeitado.
Rodrigo Vianna vai ainda mais longe em seu blog. Ele diz que recebeu de um jornalista que trabalha na Globo, e que é uma fonte sua, a informação de que repórteres da Organização deveriam procurar e conseguir entrevistas com pessoas que confirmassem teses previamente estabelecidas na “alta hierarquia”, ou seja, estava sendo realizado um jornalismo altamente tendencioso. Inclusive ele diz que jornalistas que foram contra essas orientações foram “riscados do mapa”, como o caso de 2005, quando Ali Kamel queria provar que o mensalão era o maior caso de corrupção da história da república, e o comentarista Franklin Martins, disse que isso ainda precisava ser provado. Franklin foi demitido logo depois, em 2006, pouco antes das eleições.
Fica claro que ao lidarmos com grandes organizações como a Globo, por exemplo, precisamos ter cautela, pois imparcialidade é inexistente na comunicação e na história. Devemos ficar felizes, porém, que as tecnologias de comunicação digitais nos permitem ter uma visão mais ampla dos acontecimentos, buscando várias “parcialidades” para formamos o mosaico que corresponde à nossa visão de mundo.

Francisco Vorcaro

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