segunda-feira, 4 de junho de 2012

O bode espiatório



Foi na Bíblia que estigmatizou o bicho como vítima. No livro Levítico, está escrito que o Senhor disse a Moisés que Aarão, seu irmão mais velho, deveria sacrificar um bode e oferecê-lo a Deus. Com isso expiaria os seus pecados e os de todo o povo de Israel. Desde então, cumprindo o mandamento divino, matar um bode para se livrar dos pecados virou um hábito religioso. (Fonte Brasil Escola)

Pois bem, os judeus pararam de fazer essa cerimônia há muitos anos, mas a expressão Bode Expiatório continua e é designada a alguém que é uma espécie de culpado inocente, pois se torna responsável pela erro dos outros.


Se essa expressão fosse ser definida nos dias de hoje, possivelmente o nome do “bode” seria o nome de algum jornalista, que ao publicar uma reportagem tem responsabilidades sobre o conteúdo dela. Pois bem, mas quem é o maior responsável caso ocorra algum dano? Será mesmo o jornalista que assina a matéria ou o veículo que o contratou?


Em sala de aula, com a professora Ana Paola Amorim, discutimos estas questões baseados no vídeo da repórter da Tv Bandeirantes, Mirella Cunha, em que ela entrevista um acusado de estupro de uma maneira agressiva e não convencional. (Veja o vídeo)


O caso de Mirella chocou, uns acham que a repórter exagerou, outros acreditam que esta conduta nada foge do tipo de abordagem do programa em que ela trabalha, o Brasil Urgente, apresentado pelo Datena.O fato é que a jornalista foi demitida da emissora por conduta inad
equada e sabemos muito bem que dificilmente conseguirá recuperar sua imagem e voltar a trabalhar como repórter televisiva. Mas considerando a linha editorial do programa, será que ela não estava apenas “fazendo o seu trabalho”?


Não acho esta linha legal, muito menos ética, mas acredito que ao punir a jornalista e não a emissora, dá margem para que os veículos continuem transferindo a culpa para o lado mais fraco né?

Por Ana Clara Maciel

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